Área educativa - Observação de frentes de brisa com Radar Meteorológico, em Portugal continental
Introdução
Nas regiões costeiras, sob condições favoráveis, desenvolvem-se circulações atmosféricas de mesoescala do tipo brisa de mar/terra, em resultado do aquecimento diferenciado do ar sobre terra e sobre a massa oceânica adjacente. Durante o dia, em particular, estabelece-se uma frente de brisa marítima que pode ser comparada a uma mini frente fria (Stull), caracterizada por convergência nos níveis baixos e por uma secção transversal de 1 a 2 Km; entre ambos os lados da frente verificam-se, em geral, diferenças apreciáveis nos valores da temperatura e da humidade do ar e, na região sobre a zona de convergência, movimentos verticais até cerca de 2,5 m/s. Estes movimentos são, por vezes, suficientes para originar a formação de cúmulos. Esta frente tende a avançar sobre terra, até que, função de numerosos fatores, os processos se invertam, sendo frequente, no período noturno, verificar-se a ocorrência de uma frente de brisa terrestre. Esta é, no entanto, mais difícil de observar.
As condições acima referidas ocorrem, frequentemente, sobre o território continental português excluindo, porventura, o período de novembro a fevereiro.