Micro Algas –
Microalga
PT - microalgas EN – microalgae ES – microalgas NL – microalgen
O termo microalga denomina, num sentido lato, um amplo espectro de organismos, frequentemente fotossintéticos, na sua maioria aquáticos, desde procariontes a eucariontes, com grande diversidade morfológica e fisiológica. Normalmente unicelulares (i.e. existem espécies que se apresentam na forma colonial, sem com isso formarem tecidos ou células diferenciadas) com diâmetros compreendidos entre as décimas e as centenas de micrómetros, podem apresentar mobilidade através de organelos como flagelos. São encontradas em quase todo o planeta, onde coocorram água e luz, tanto em ambientes de água salgada como doce, distribuindo-se desde os desertos até ao oceano Ártico.
Estima-se que existam entre 350.000 a 1.000.000 de espécies, das quais, apenas, cerca de 30.000 estão descritas. Comparadas com as plantas superiores, as microalgas exibem taxas de crescimento superiores a estas. Mesmo apresentando um mecanismo fotossintético semelhante, podendo diferir em alguns pigmentos envolvidos na captura de luz, beneficiam do acesso facilitado a CO2, água e outros nutrientes, por estarem submersas em meio aquoso.Esta vantagem aliada à sua simplicidade e ao facto de não apresentarem tecidos não fotossintéticos, como raízes ou cascas, favorecem a eficiência da conversão de energia solar em biomassa.Como as microalgas, normalmente, não se reproduzem sexuadamente, fazem-no por divisão binária, propicia o rápido crescimento das culturas.
As microalgas são constituídas por diferentes compostos como proteínas, ácidos gordos oucarotenóides, e/ou outros compostosde elevado interesse económico e oferecendo um largo espectro de utilizações, tais como na forma de matéria-prima (e.g. alimentação, rações, farmacêutica, cosméticos, fertilizantes e sector energético) ou como serviço ambiental (e.g. tratamento de efluentes e retenção de carbono atmosférico).
Investigação
O início da investigação no cultivo de microalgas marinhas no IPMA- EPPO, remonta aos anos 80 com o início da investigação das fases larvares dos peixes marinhos. Nesta altura optimizou-se a produção de várias espécies de microalgas, as quais foram, e continuam a ser, utilizadas para assegurar a produção de alimento vivo (rotíferos e artémia) com um determinado perfil nutricional (aporte de ácidos gordos polinsaturados), adequado ao cultivo das fases larvares de peixes marinhos.
A investigação incidiu sobre a caracterização de estirpes de microalgas com as composições nutricionais ricas em proteína e ácidos gordos insaturados, na identificação das condições ideias de cultivo, na definição de diferentes curvas de crescimento e identificação do ponto de colheita, na densidade de células ideal para o enriquecimento das presas vivas, entre outros factores.A investigaçãomostrou que para além da nutrição do alimento vivo as microalgas contribuíam para outras importantes funções quando adicionadas à água do cultivo, nomeadamente facilitar a captura das presas pelas larvas (técnica da água verde), permitir a manter o perfil nutricional do alimento vivo, contribuir para remover os compostos nitrogenados da água, contribuir para diminuir a carga bacteriano do cultivo larvar. As espécies de microalgas mais produzidasna EPPO nos últimos 5 anos são a Nannochloropsisoculata (pigmento verde), Isochrysisaff.galbanaclone T-ISSO (pigmento castanho) e a Rhodomonas salina (pigmento vermelho).Mais recentemente, a investigação no IPMA-EPPO, através do projecto ALGARED+ (POCTEP), deu início à bioprospecção de microalgas marinhas para promover a sua investigação e desenvolvimento tecnológico na área da biotecnologia e sua utilização na aquacultura, farmacêutica, cosmética e nutracêutica.