2025-03-14 (IPMA)
Foram recentemente publicados dois artigos centíficos com coautoria de meteorologistas do IPMA, em temas relacionados com Meteorologia, Clima e Saúde:
- "Spatial–Temporal Variability of Hourly Precipitation Extremes in Portugal: Two Case Studies in Major Wine-Growing Regions", Margarida Belo-Pereira, coautora, em colaboração com colegas da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real, Portugal.
Journal of Climatology da Royal Meteorological Society
Breve resumo: o artigo apresenta o primeiro estudo climatológico de eventos extremos de precipitação em Portugal continental, com base em observações horárias. Os eventos de precipitação horária intensa apresentam uma grande variabilidade inter-anual e intra-anual, com um máximo acentuado entre setembro e dezembro. Na região sul, estes eventos apresentam uma distribuição sazonal bimodal, com um pico secundário em abril/maio. A contribuição dos fenómenos de precipitação acima de 20 mm/h para a precipitação total diária é maior no outono na região sul e no verão na região nordeste.
Uma análise mais abrangente permitiu examinar os mecanismos dinâmicos e termodinâmicos que contribuíram para dois eventos extremos de precipitação causados por trovoadas nas regiões do Douro e do Alentejo. Diferentes condições sinópticas estiveram na origem destes eventos. O primeiro esteve a associado a uma depressão em altitude (gota fria), enquanto que o segundo esteve associado a um ciclone extratropical, ambos na sua fase final do ciclo de vida.
- "Meteorological and Environmental Drivers of Cardiovascular Health Risk in an Insular Region (Azores)", Fernanda Carvalho, et. al.
Cardiology and Cardiovascular Research da Science Publishing Group
Breve resumo: Utilizando o modelo estatístico DLNM analisaram-se os impactos que não se manifestam imediatamente, mas após um certo período, e os efeitos não lineares das variações da temperatura do ar nas admissões hospitalares por doenças cardiovasculares, na Ilha do Faial, nos Açores. O estudo integra dados meteorológicos e hospitalares de um período de 2010 a 2020, permitindo identificar padrões e realizar previsões relevantes para os sistemas de saúde. O contexto subjacente ao estudo é o do crescente impacto das mudanças climáticas, com eventos extremos de temperatura associados aos riscos à saúde humana.