2024-07-09 (IPMA)
O Navio de Investigação Mário Ruivo do IPMA regressou, a 3 de julho, a Lisboa, após a conclusão da missão TRIDENT. O IPMA coordenou esta missão internacional com sucesso, tendo esta sido a mais longa missão dos últimos anos com o Navio de Investigação Mário Ruivo.
A missão TRIDENT decorreu entre os dias 13 e 30 de junho, numa área marinha cerca de 500 km a sul do arquipélago das Canárias. Esta missão internacional, cujo responsável científico é o Doutor Pedro Terrinha do IPMA, contou com 24 investigadores de cinco instituições europeias: o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o IPMA, a Universidade de Cork (UCC), na Irlanda, o Centro de Investigação Tecnológica da Universidade do Algarve (CINTAL) e o Instituto Geológico e Mineiro de Espanha (IGME-CSIC).
O projeto TRIDENT é coordenado pelo INESC TEC e tem financiamento europeu, através do Programa Horizonte Europa, de cerca de 16 milhões de euros, reunindo 25 instituições públicas e privadas, entre as quais seis portuguesas.
Nesta missão foram adquiridos dados que permitem um melhor conhecimento das características oceanográficas locais, da morfologia e natureza do fundo do mar, da biologia do fundo marinho, da velocidade das correntes oceânicas, contribuindo para a monitorização de longo prazo das propriedades da água próxima do fundo do mar, bem como da biogeoquímica dos sedimentos do fundo. Para este efeito foram usados equipamentos operados a bordo do Navio, amarrações fixas e derivantes com hidrofones para escuta de ruído ambiental, estações de monitorização automatizadas e equipamentos autónomos robotizados de mapeamento submarino.
Imagens associadas
Veículo autónomo subaquático (AUV, na sigla inglesa) EVA, do INESC TEC, a ser lançado.
Imagem de cefalópode (Vampyroteuthis infernalis), captada pelo AUV EVA a cerca de 1000 m de profundidade.
“Little Monsta” (Propriedade do University College of Cork, Irlanda) prestes a ser lançado ao mar. É uma estação de fundo (Lander) equipada com armadilhas de sedimentos, um perfilador acústico de correntes (ADCP, na sigla inglesa) para medição de velocidade das correntes na coluna de água, um equipamento CTD (na sigla inglesa) para medição de condutividade, temperatura, pressão e turbidez no fundo do mar.
CTD do IPMA equipado com mais vários sensores ambientais para além de condutividade, temperatura e pressão, a saber: clorofila-turbidez, pH, Oxigénio dissolvido, matéria particulada, e matéria orgânica fluorescente.
Sparse Vertical Array (SVA) do CINTAL, no convés, prestes a ser lançado. O SVA é um dispositivo de medição do som na coluna de água com hidrofones posicionados a 40m, 500 m e 900m de profundidade, para caracterização do som ambiental incluindo o ruído de origem antropogénica.
Lançamento do planador (glider) do ALSEAMAR para caracterização do som ambiental incluindo o ruído de origem antropogénica num percurso de 40 km (far field), equipado com vários sensores incluindo turbidez, oxigénio dissolvido e fluorímetro.