2018-09-21 (IPMA)
Liderada pelo IPMA, pela Direção Regional de Pescas da Madeira, e o Parque Natural da Madeira (IFCN-Instituto das Florestas e Conservação da Natureza IP-RAM), foi realizada no âmbito do projeto Eurocigua uma expedição às Ilhas Selvagens, entre os dias 3 e 10 de Setembro, com o objetivo de investigar a ocorrência de ciguatoxinas na cadeia trófica marinha.
As ciguatoxinas são neurotoxinas naturais muito potentes que podem afetar o Homem após o consumo de peixe contaminado. Apesar de endémicas de zonas tropicais como as Caraíbas ou a Polinésia, verificaram-se já casos de intoxicação na Europa, em particular na Madeira e Canárias.
O projecto Eurocigua, co-financiado pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) e coordenado pela Agência Espanhola de Segurança Alimentar (AECOSAN) e a ASAE, pretende atuar em 3 linhas: 1- Epidemiologia (que inclui a participação do INSA), 2- caracterização ambiental (participação do IPMA e colaboração com a Direção Regional de Pescas da Madeira e Parque Natural da Madeira -IFCN) e 3 – Desenvolvimento de metodologias analíticas para deteção de ciguatoxinas em pescado (Universidade de Vigo e Laboratório Europeu de Referência para Biotoxinas Marinhas).
As Ilhas Selvagens parecem ser o hotspot da Ciguatera na Europa, há relatos de várias intoxicações quer na Madeira quer nas Canárias com peixe pescado nestas ilhas. As ciguatoxinas são produzidas por microalgas epifíticas (Gambierdiscus) e entram na cadeia trófica marinha através de peixes herbívoros, podendo atingir concentrações de risco para o homem em organismos do topo da cadeia alimentar marinha.
A deslocação às ilhas Selvagens teve como grande objetivo a colheita de amostras de água para isolar e cultivar a microalga tóxica (Gambierdiscus spp), captura de peixe para posterior análise química (LCMSMS) e biológica (ensaios celulares) e purificação das ciguatoxinas.
Mais informações sobre ciguatoxinas em Portugal e sobre o projecto Eurocigua podem ser obtidas através de contacto email de Pedro Reis Costa (prcosta@ipma.pt).
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