2017-02-16 (IPMA)
Na sequência de um incêndio num armazém localizado na zona industrial da Mitrena, em Setúbal, na madrugada de dia 14 de Fevereiro de 2017, foi possível identificar a evolução da nuvem de partículas resultante, com o radar meteorológico do IPMA localizado em Coruche. Na região em causa, o radar meteorológico apenas permite identificar partículas a altitudes acima de 400-650m, em função da distância do local ao radar, não permitindo por isso avaliar o transporte em níveis inferiores.
A nuvem de partículas começou assim a ser observada pelo radar meteorológico a uma altitude de 650m às 04:50 horas locais (Figura 1). Nas horas seguintes e até às 17:00 horas locais, as imagens de radar permitem identificar a nuvem de partículas a ser transportada para nordeste (Figuras 2 e 3).
A modelação numérica da evolução da nuvem de partículas, quer próximo da superfície, quer em altitude, identifica no dia 14 uma evolução para norte junto à superfície e, em concordância com a observação do radar meteorológico, para nordeste em níveis situados entre os 500 e os 1000 m (Figura 4).
No dia 15 de manhã, a modelação numérica sugere transporte das partículas para oeste à superfície e para noroeste a 500 e a 1000m de altitude (Figura 5), tendo em conta uma alteração do rumo do vento.
Faz-se notar que as partículas (retrodifusores) correspondentes ao padrão evolutivo identificado no radar meteorológico (e também na modelação numérica) poderiam constituir partículas de fumo, partículas de fumo formando núcleos de condensação ou uma mistura destas com gotas de água em suspensão. Em todo o caso, esclarece-se que embora uma fração destes núcleos de condensação e/ou gotas de água pudesse conter compostos de enxofre, o sensor de radar não permite efetuar qualquer discriminação em função da composição química.
Imagens associadas