2017-02-02 (IPMA)
No próximo dia 7 de fevereiro de 2017 iremos ter mais uma palestra promovida pelo Conselho Científico do IPMA, que irá decorrer às 14:00 nas instalações do IPMA de Algés (Auditório).
Esta palestra será realizada pelo Paulo Vale e será intitulada ”A influência da actividade solar e da actividade geomagnética em culturas do dinoflagelado Gymnodinium catenatum”.
Resumo
O dinoflagelado Gymnodinium catenatum é o principal produtor de toxinas PSP na costa portuguesa, originando recorrentemente a interdição da apanha e comercialização de diversas espécies de bivalves devido à acumulação de toxinas PSP.
A variação interanual da contaminação com toxinas PSP foi anteriormente relacionada com o declínio do ciclo solar, cuja variação segue um ciclo de aproximadamente 11 anos.
Esta microalga foi estudada em cultura, em condições de reduzido electromagnetismo artificial e tendo em especial atenção as variações do electromagnetismo natural. Recorreu-se à provocação de um stress osmótico, e o seu crescimento observado em intervalos de 8 horas ou 24 horas, em duas séries de experiências separadas no tempo.
Nos períodos de elevada actividade geomagnética, elevado fluxo de rádio, fluxo de raios-X ou explosões de raios-X de origem solar, o crescimento da microalga foi mais reduzido do que em períodos de actividade geomagnética ou solar mais reduzida.
A actividade solar afectou a microalga quando ocorreu menos de 24 horas antes do período experimental, enquanto a actividade geomagnética afectou a microalga quando ocorreu menos de 12 horas antes do período experimental. Estas diferentes janelas de acção podem significar mecanismos de acção diferentes ao nível do ciclo celular, para a actividade solar e para a actividade geomagnética, respectivamente.
A formação de cadeias longas (>4 células/ cadeia) nesta microalga habitualmente é dependente de parâmetros físico-químicos, como salinidade, temperatura, turbulência e luz ultravioleta, que normalmente reduzem a formação de cadeias. A percentagem de cadeias longas aumentou com a actividade solar e a actividade geomagnética, em particular quando coincidente com situações de stress térmico. Esta alteração poderá resultar de uma redução do ritmo de divisão normal das células, que não completaram a separação para originar novas colónias.