2015-10-24 (IPMA)
De um lado e do outro do Atlântico Norte duas organizações internacionais com corpos científicos próprios (NAFO e ICES) dividem o bacalhau (Gadus morhua) em unidades populacionais para efeitos de avaliação e gestão, que se designam por stocks. Existem 22 stocks de bacalhau entre o Cabo Hatteras na Carolina do Norte e o Mar do Labrador e Grônelandia no Noroeste Atlântico, e entre o Golfo da Biscaia e o Árctico no Nordeste Atlântico. A maior parte dos stocks de bacalhau encontra-se no Noroeste Atlântico mas é no Nordeste Atlântico que há mais bacalhau.
O maior stock é o do Nordeste do Árctico que se distribui pelo Mar da Noruega, Mar de Barrents e Mar de Svalbard. O bacalhau consumido em Portugal provem na sua quase totalidade deste stock do Árctico. Este stock estimado em mais de 4 milhões de toneladas a seguir à Segunda Guerra Mundial, caiu para um mínimo histórico de pouco menos de 740 000 t em 1983. A captura atingiu um máximo histórico de 1 343 000 t em 1956 e bateu no fundo em 1990 com “apenas” 212 000 t. No entanto desde 2000, quer o stock como um todo, quer o seu stock desovante têm aumentado rapidamente, graças à manutenção de mortalidades por pesca relativamente baixas e ao aparecimento e sobrevivência de classes anuais abundantes.
Em anos recentes (2013-2014) a biomassa total deste stock estabilizou nas 3 700 000 t e a captura sustentada subiu para perto de um milhão de toneladas (966 000 t), o maior nível observado desde 1974. A maior parte desta captura é retirada pela Noruega e pela Rússia. A captura Portuguesa não ultrapassou as 4 650 t.
O bacalhau que suporta o consumo português provem portanto na sua larga maioria (>95%) do maior stock de bacalhau do mundo e naquele que actualmente tem uma maior captura sustentada.