2014-06-09 (IPMA)
A neurotoxina BMAA (β-N- metilamino-L-alanina) associada a doenças neurodegenerativas como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ALS) é tradicionalmente detectada em ambientes de água doce onde proliferam cianobacterias produtoras de BMAA. O IPMA em colaboração com o Departamento de Botânica da Universidade de Estocolmo, revela num artigo recente publicado na revista científica Aquatic Toxicology a presença, em níveis significativos, de BMAA em bivalves da Ria de Aveiro e Ria Formosa. Tanto a Ria de Aveiro como a Ria Formosa são importantes zonas de produção de bivalves marinhos (mexilhão, berbigão, amêijoas e ostras), quer para o mercado interno quer para o mercado externo, sendo o IPMA a entidade nacional responsável pela monitorização de biotoxinas marinhas, nomeadamente toxinas lipofílicas, amnésicas e paralisantes. Não estando a neurotoxina BMAA regulamentada nas directivas nacionais ou europeias, torna-se premente continuar os trabalhos de investigação de modo a avaliar o risco de consumo de bivalves contaminados com BMAA, a variabilidade sazonal de BMAA, as espécies produtoras desta neurotoxina e perceber a dinâmica de acumulação/eliminação de BMAA nos moluscos bivalves. Referência: Lage S, Costa PR, Moita T, Eriksson J, Rasmussen U, Rydberg SJ (2014) BMAA in shellfish from two Portuguese transitional water bodies suggests the marine dinoflagellate Gymnodinium catenatum as a potential BMAA source. Aquatic Toxicology 152: 131-138.