2013-04-03 (IPMA)
Março de 2013 foi o 7º março mais chuvoso em Portugal continental desde 1931.
O valor médio da quantidade de precipitação foi de 222 mm, 161 mm acima da média de 1971-2000.
O estado do tempo foi condicionado por uma região depressionária complexa, com núcleos principais centrados no Arquipélago dos Açores e perturbações frontais a ela associadas, com ocorrência de períodos prolongados com precipitação.
Observaram-se quantidades de precipitação muito elevadas, cerca de 2,5 a 5 vezes superiores aos valores médios, classificando-se este mês como muito chuvoso a extremamente chuvoso em todo o território.
Os valores agora observados ultrapassaram os registos de março desde 1941 em alguns distritos da Beira Interior, Estremadura, Ribatejo e Alentejo, nomeadamente em:
e ainda, mas com observações apenas desde 1964:
De referir também:
2º valor mais alto em Vila Real de Santo António: (1º 212 mm em 1955)
3º valor mais alto em Beja: (1º 215 mm em 1947; 2º 171 mm em 1956)
O número de dias com precipitação (³ 1,0 mm) variou entre 15 e 25, em todo o território, sendo 2 a 4 vezes superior aos valores médios (1971-2000).
O número de dias chuvosos (precipitação ³ 10 mm) variou entre 3 e 15, sendo 2 a 8 vezes superior aos valores médios, em particular num grande número de estações das regiões do norte e centro, que registou mais de 10 dias chuvosos.
De referir ainda o elevado número de horas consecutivas com precipitação igual ou superior a 0,1 mm, em algumas estações meteorológicas:
e 20 horas em muitos locais das regiões centro e sul, nomeadamente:
Na Figura 1 apresenta-se a distribuição espacial da razão (%) entre a quantidade de precipitação registada em março de 2013 e a quantidade de precipitação média no mês (período de 1971-2000). Os números associados aos locais representam a posição na respetiva série de precipitação.
Em 31 de março de 2013 o conteúdo de água no solo apresentava valores superiores aos valores médios, estando o solo saturado em todo o território. Os valores da quantidade de precipitação acumulada no ano hidrológico (1 de outubro de 2012 a 31 de março de 2013) variam entre 105 e 190%.
A sequência de ocorrências de condições excecionalmente chuvosas originou numerosas situações de deslizamentos de terras, derrocadas, etc. Os elevados valores da precipitação registados fizeram subir consideravelmente o nível dos cursos de água, tendo ocorrido cheias nas principais bacias hidrográficas; para esta situação contribuiu também a precipitação ocorrida em Espanha e a correspondente necessidade de descargas das barragens.
Nota: Para mais informação poderá consultar o boletim climatológico de Março que será disponibilizado na página Web do IPMA www.ipma.pt até ao final desta semana.