2013-04-01 (IPMA)
Foi lançado ontem (27-03-2013) a bordo do NI Noruega do IPMA um flutuador Argo (Fotos em baixo). Esta actividade realizou-se no âmbito do programa Euro-Argo RI (http://www.euro-argo.eu/), no âmbito de uma colaboração entre o Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e o Marine Institute da Irlanda.
A rede global de flutuadores Argo é constituída por um conjunto permanente de pelo menos 3000 instrumentos derivantes autónomos espalhados por todos os oceanos mundiais. Tipicamente, cada flutuador Argo é programado para derivar com as correntes a uma profundidade de 1000-2000 m durante cerca de 9 dias, ajustando em seguida a sua flutuabilidade para vir até à superfície. Durante a fase de subida o flutuador mede e regista a temperatura e salinidade do oceano dos 2000 m até à superfície do mar. Chegando à superfície, permanece aí por um o período de cerca de 12 horas, durante as quais transmite via satélite a sua posição geográfica e os dados da estrutura vertical do oceano registados durante a subida. O flutuador desce em seguida para um novo ciclo de 10 dias, em que deriva com as correntes aos 1000-2000 m e efectua novo perfil vertical da temperatura e salinidade. A autonomia destes flutuadores é de cerca de 4-5 anos (http://www.argo.ucsd.edu/How_Argo_floats.html).
Os oceanos são um dos componentes principais do sistema climático, funcionando como um termóstato, que controla os fenómenos de absorção e de irradiação de calor e que através das correntes tem um papel importante, conjuntamente com a atmosfera, na sua redistribuição (transporte de calor das baixas para as altas latitudes). Assim, a rede Argo é uma componente indispensável do Sistema Global de Observação do Oceano, necessária para entender e monitorizar o papel dos oceanos no sistema climático da Terra, em particular o transporte e armazenamento de calor e sal, a circulação oceânica global e para compreender a capacidade do oceano de absorver o excesso de CO2 da atmosfera.