São regiões de baixa pressão atmosférica em torno das quais o vento sopra no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio no hemisfério norte e sopra no sentido do movimento dos ponteiros do relógio no hemisfério sul, porque a pressão atmosférica é mínima no seu centro e aumenta à medida que a distância ao centro aumenta.
Geralmente as depressões nas latitudes médias têm um sistema frontal associado, sendo nesse caso denominadas depressões frontais. As superfícies frontais são zonas de fortes gradientes horizontais de temperatura e/ou humidade. Estabelecem uma fronteira entre ar quente e húmido e ar mais frio e seco. Entre a superfície frontal fria e a superfície frontal quente, no interior de uma depressão, há uma cunha de ar quente conhecida como sector quente.
O estado final de uma depressão frontal ocorre quando o ar frio atrás da superfície frontal fria atinge o ar frio à frente da superfície frontal quente. Este estado chama-se oclusão.
Na região da frente quente (que tem um declive vertical suave) o ar quente ascende e formam-se nuvens estratificadas de pequeno desenvolvimento vertical que provocam precipitação continua. Por outro lado, na região da frente fria, o ar quente e húmido sobe ao longo dessa superfície (que é mais inclinada que a superfície frontal quente), favorecendo, assim, à frente da superfície frontal fria, o desenvolvimento de nuvens do tipo cumulonimbus e a ocorrência de precipitação em regime de aguaceiros.
Caso de Estudo - Depressão frontal (29/12/1998):Situação típica de uma depressão frontal cuja frente fria afectou Portugal Continental.
Passagem de uma superfície frontal fria em Portugal Continental (situação típica de Inverno) no dia 29/12/1998, às 12UTC. Imagem do satélite Meteosat na banda do infravermelho e carta de superfície. [A=anticiclone; B=depressão; frente fria (triângulos azuis); frente quente (semicírculos vermelhos); frente oclusa (triângulos e semicírculos cor-de-rosa)]
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Caso de Estudo - Ciclogénese explosiva:
Uma situação de ciclogénese explosiva caracteriza-se por um decréscimo muito acentuado da pressão atmosférica no centro de uma depressão num curto intervalo de tempo. Em particular, à latitude de 60ºN, nestas situações, observa-se um decréscimo médio da pressão atmosférica igual ou superior a 1hPa por hora durante 24 horas. Nas latitudes de Portugal Continental, uma ciclogénese pode ser considerada como explosiva para um decréscimo médio da pressão atmosférica ligeiramente inferior 1 hPa por hora em 24 horas. A previsão deste tipo de situações é particularmente importante, devido ao tempo severo associado, geralmente, ventos fortes e precipitação intensa. |
Campos da pressão ao nível médio do mar (hPa) e do geopotential (mgp) aos 500hPa previstos pelo modelo do ECMWF para o dia seguinte (27/10/2004) às 00UTC (figura em cima). A situação sinóptica à superfície é determinada por depressão muito cavada (958-962hPa) centrada a Noroeste da Galiza, com um sistema frontal associado, cuja frente fria se encontra próximo da costa ocidental portuguesa. Aos 500hPa, a situação mantém-se depressionária. |
Imagem do satélite Meteosat na banda do infravermelho mostra a nebulosidade associada à depressão frontal. |