Área educativa - RADARES Meteorológicos
O Instituto de Meteorologia explora operacionalmente, no território do continente, uma rede de radares meteorológicos, constituída por dois sistemas: um sistema localizado em Coruche/Cruz do Leão e outro em Loulé/Cavalos do Caldeirão.
A informação obtida com radar é tratada em cada uma das estações e, posteriormente, enviada por feixe hertziano e linhas telefónicas dedicadas para a sede do IM, onde é concluído o seu processamento, essencialmente destinado às atividades de previsão e vigilância meteorológicas.
Os radares constituem equipamentos de deteção remota, isto é, dispõem da capacidade de detetar e localizar objetos à distância, neste caso pela emissão de ondas eletromagnéticas na frequência das micro-ondas e correspondente tratamento das ondas refletidas pelos alvos detetados.
Os alvos meteorológicos poderão ser gotículas, gotas de chuva ou granizo. Outros alvos não meteorológicos mas com interesse para a previsão do estado do tempo são poeiras e insetos.
Os radares meteorológicos que o IM explora são sistemas Doppler, o que significa que fornecem informação sobre o vento, para além de fornecerem informação sobre a chamada refletividade, obtida a partir da amplitude do sinal recebido.
A partir da informação da refletividade e do vento é possível obter vários produtos, pela utilização de diversos algoritmos. Na maioria dos produtos os valores da grandeza observada estão organizados em escala de cor, sendo as cores quentes correspondentes aos valores mais elevados.
Estes produtos revestem-se de grande importância para a previsão e vigilância meteorológicas e permitem conhecer campos como, por exemplo, o da intensidade de precipitação, o da precipitação acumulada para um certo período e o da altitude do topo das nuvens; são, igualmente, obtidos produtos que permitem identificar zonas de convecção (essencialmente nuvens de trovoada) e conhecer o perfil vertical do vento.
Após Março de 2005, ocasião em que o IM passou a explorar os dois sistemas da rede, começaram a ser obtidos produtos resultantes da observação combinada de ambos os radares.
Atualmente, para além dos produtos da rede nacional, o IM recebe produtos da rede espanhola de radares, designadamente dos sistemas mais próximos da nossa área de interesse. Estes produtos destinam-se a melhorar e ampliar as capacidades de previsão e vigilância meteorológica em áreas mais periféricas do território do continente e mesmo fora dele, uma vez que os fenómenos meteorológicos não conhecem fronteiras.
Perfil Vertical do Vento.
Produto composto dos Radares da rede (intensidade da precipitação).
Novos desenvolvimentos tecnológicos
No sentido de assegurar a cobertura integral do território do continente com sistemas de radar meteorológico, o IM cumpre presentemente um projeto de expansão da rede nacional para a região Norte.
Com efeito, a presente cobertura da região Norte de Portugal com radar meteorológico é deficiente, sendo evidentes os problemas de subdeteção na área. O novo sistema de radar deverá incorporar os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos que lhe são conferidos pela capacidade de polarização dupla. Esta tecnologia relativamente recente permitirá uma melhoria na precisão das estimativas da precipitação, na deteção de fenómenos de mau tempo e na distinção de diversos tipos de hidrometeoro.
O novo sistema de radar ficará instalado no cabeço do Pico do Gralheiro, freguesia de Albergaria da Serra, concelho de Arouca e deverá entrar em exploração operacional dentro de poucos anos. A sua localização pode ser identificada na figura correspondente à rede nacional de radares.