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O que é o OBSERVAR
O estado do tempo tem um impacto significativo no dia a dia das populações e nas actividades económicas das sociedades, particularmente quando ocorrem fenómenos meteorológicos severos que dão origem a desastres naturais.
Estes fenómenos podem afectar:
- áreas de dimensão limitada, com período de vida curto (fenómenos de meso-escala e escala local), como acontece com os tornados, a precipitação forte e intensa (origem de cheias repentinas) e fortes trovoadas;
- extensas áreas, com período de vida mais longo (fenómenos de escala sinóptica), como depressões tropicais e extra-tropicais e superfícies frontais;
- a uma escala espacial e temporal mais alargada, como as secas que podem afectar grandes áreas sub-continentais com duração de meses a anos.
As alterações climáticas, hoje reconhecidas como inequívocas pelo Painel Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC), poderão, por um lado, aumentar a frequência destes fenómenos e, por outro, alterar as condições climáticas médias a que estamos habituados, exigindo a tomada de medidas adequadas de adaptação para salvaguarda de vidas e bens, por parte das sociedades.
O conhecimento prévio dos fenómenos meteorológicos e climáticos, permitindo a tomada de medidas de mitigação dos seus impactos, tornou-se assim uma das necessidades das sociedades, colocando desafios às comunidades tecnico-científicas que trabalham nas áreas da meteorologia e do clima, e exigindo destas uma informação cada vez mais precisa e atempada.
A observação meteorológica tem um papel cada vez mais relevante ao permitir, por um lado, conhecer o estado inicial da atmosfera, essencial para o bom desempenho dos modelos numéricos de previsão do tempo, e, por outro, proceder a uma vigilância meteorológica e climática, essencial no acompanhamento do clima e do desenvolvimento de fenómenos extremos com previsão de curto prazo.
O interesse dos cidadãos pela meteorologia e pelo clima tem vindo a aumentar, e é hoje comum a aquisição de sistemas de observação, por particulares, e o acompanhamento da evolução de fenómenos meteorológicos, através da troca de informação em tempo real, por grupos de cidadãos interessados, aproveitando os avanços dos sistemas de comunicação que facilitam o estabelecimento de processos associativos entre grupos mais ou menos organizados.
Se para o acompanhamento dos fenómenos de larga escala têm as redes de observação meteorológica dos diferentes países uma dimensão adequada, o mesmo não acontece para o acompanhamento de fenómenos de menor escala, que exige uma maior densidade de estações e um maior número de técnicos de observação incomportável para os Estados.
É face a esta realidade que o Instituto decidiu criar uma página que designou por OBSERVAR , acessível através do seu sítio na WEB, de forma a melhorar a sua capacidade de resposta, solicitando a contribuição voluntária dos cidadãos na vigilância meteorológica e climática, designadamente no acompanhamento de fenómenos extremos.
Neste sentido, o OBSERVAR permitirá a qualquer cidadão reportar, em tempo quase real, a ocorrência de fenómenos meteorológicos severos que testemunhe, através da resposta a um pequeno formulário designado por Relato (inquérito), e o envio de fotografias e vídeos fornecidos pelo cidadão voluntariamente.
Estes conteúdos serão disponibilizados a toda a população que aceda à página OBSERVAR, através da página inicial e galeria de imagens. Na área Eventos serão igualmente publicados, os relatórios do IPMA, referentes às situações reportadas sempre que se justifique, os quais terão como anexo toda a informação recebida sobre o fenómeno.
O OBSERVAR terá ainda uma área Estações reservada aos equipamentos de observação, onde os colaboradores voluntários podem inscrever as suas estações e divulgar dados e apuramentos periódicos das variáveis meteorológicas nelas observadas.
Numa área de perguntas mais frequentes (FAQ), o IPMA procurará disponibilizar informação didáctica sobre meteorologia e clima que seja útil, esteja disponível ou lhe seja solicitada, para além de responder às questões de maior interesse para a população que lhe forem endereçadas.
De referir que a iniciativa OBSERVAR deriva do projeto meteoglobal.