2025-04-15 (IPMA)
Até 28 de julho, a exposição CIGUATERA de Diana Policarpo está patente no Centro de Arte Moderna (CAM) Gulbenkian. A mais recente instalação da artista visual e compositora, atualmente a desenvolver a sua atividade entre as artes visuais, música electroacústica e a performance multimédia, resulta também da colaboração com biólogos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que estudam a Ciguatera.
A Ciguatera é uma intoxicação alimentar provocada pelo consumo de peixe contaminado com ciguatoxinas, potentes neurotoxinas produzidas por microalgas bentónicas do género Gambierdiscus e Fukuyoa (dinoflagelados), comuns em regiões tropicais (Pacifico Sul e Caraíbas) e agora também em Portugal, nomeadamente na Região Autónoma da Madeira e, em particular, nas Ilhas Selvagens.
Estas toxinas entram na cadeia trófica através de peixes herbívoros que se alimentam de macroalgas colonizadas pelos dinoflagelados tóxicos, sendo depois transmitidas, transformadas e acumuladas ao longo da cadeia alimentar marinha até chegar ao Homem. Os sintomas de Ciguatera são vários, incluindo perturbações gastrointestinais, neurológicas e cardiovasculares, e surgem até 30 horas após o consumo do peixe contaminado, podendo durar de semanas a anos. O sintoma mais característico é a inversão das sensações térmicas (alodinia).