Logo após o lançamento dos primeiros satélites, rapidamente se verificou que a observação da terra, e em particular em aplicações ligadas à Meteorologia eram privilegiadas na sua utilização. Foi assim, que os primeiros satélites com aplicações operacionais foram desenhados para apoio à Meteorologia. A 1 de Abril de 1960, foi lançado pelos USA o primeiro satélite completamente dedicado à Meteorologia o satélite TIROS (Television Infrared Observation Satellite) de órbita polar.
Os satélites meteorológicos, são destinados a monitorizar o estado de tempo e podem ser divididos em dois grupos diferentes em função da sua órbita:
Satélites Geossíncronos ou Geostacionários
Muitas vezes designados por satélites GEO (Geostationary Earth Orbit). Posicionam-se no plano equatorial a cerca de 35.786 km de altitude (cerca de 42.000 km do centro da terra) numa órbita calculada para que a velocidade de rotação angular do satélite em torno do globo, seja idêntica à velocidade angular de rotação da terra. Permite assim, que os instrumentos a bordo destes satélites observem sempre a mesma área do globo. Ainda que apresentem uma deficiente ou mesmo inexistente cobertura das regiões polares e a distância a que se localizam obrigue a uma resolução espacial larga, da ordem de vários quilómetros para cada pixel (Pixel é a abreviação de “picture element”. O pixel determina assim a resolução espacial da imagem), tiram partido do facto de poderem observar um disco da terra com um período de revisita muito curto, estando por isso particularmente destinados à recolha de dados em fenómenos de evolução muito rápida como é o caso da Meteorologia. Estão neste caso os satélites do sistema Meteosat da organização EUMETSAT (www.eumetsat.int), o último dos quais, Meteosat de Segunda Geração (MSG). Tem a bordo instrumentos com características que permitem, não só o acompanhamento do estado de tempo, como também fornecer dados de grande utilidade na obtenção de parâmetros de superfície com maior rigor e melhor resolução do que os das séries anteriores. Assim, apesar da distância a que se encontra, consegue com uma resolução temporal do MSG de 15 minutos, uma resolução espacial na vertical do satélite (nadir) de 3km por 3 km.
As imagens que podem ser observadas nesta página, com atualização de meia em meia hora, meia hora, são do radiómetro SEVIRI a bordo do satélite Meteosat9 (MSG2). O radiómetro SEVIRI tem 12 bandas no espectro eletromagnético, sendo uma banda no canal visível com uma resolução espacial de 1km na vertical do satélite, a banda HRV, e todas as outras apresentam uma resolução espacial de 3Km na vertical do satélite. Destas, 3 correspondem a canais na região visível do espectro e as outras à região infravermelho térmico.
No sitio de Internet do IPMA, podem-se observar imagens correspondente a cortes sobre a região do Atlântico para os canais visível (centrado no comprimento de onda 0.6µm) e Infravermelho Térmico (centrado no comprimento de onda de 10.8µm) e para a Península Ibérica para o Infravermelho Térmico.
Para além da observação simples dos canais é possível fazer-se um composto de diferentes canais, com diferentes comprimentos de onda. É o que se pode observar na página nas imagens “combinado” para o globo com a combinação dos três canais da região visível do espectro, centrados em 0.6, 0.8 e 1.6µm. Neste caso pode observar-se a diminuição da área do globo observada, até ao seu desaparecimento, correspondendo ao pôr do sol, e ao reaparecimento correspondendo ao nascer do sol.
Uma outra imagem resultante da combinação de canais, neste caso para a área de Portugal Continental, corresponde à combinação do canal HRV, canal visível com a resolução espacial de 1Km na vertical do satélite, e o canal Infravermelho Térmico 10.8µm.
Héliossíncronos ou polares (LEO, Low Earth Orbit)
Que têm uma órbita que passa quase pela vertical dos polos, voando a uma altitude muito menor, em geral inferior a 1000 km. Os satélites americanos da série NOAA têm uma orbita a cerca de 705 km de altitude, com resoluções espaciais de 1.1 por 1.1 km no nadir mas em que o período de revisita é variável e função da latitude. Garantem 2 passagens por dia, uma, numa órbita ascendente (cruza o Equador de Sul para Norte) e outra em órbita descendente. Por serem heliossincronos, cruzam o equador sempre à mesma hora solar.
A bordo destes satélites encontram-se diferentes instrumentos. As imagens que podem ser vistas nesta página correspondem a uma banda do Visível e uma do Infravermelho Térmico do radiómetro AVHRR. Este radiómetro tem duas bandas na região visível do espectro eletromagnético (centradas em 0.6 e 0.8µm) e três bandas na região do Infravermelho Térmico (3.9, 10.8, 12.0µm). Estas imagens estarão disponíveis brevemente.