Uma vez que nos encontramos num território onde estes eventos não são muito frequentes é difícil imaginarmos o que poderá acontecer.
Tenha em atenção que o comportamento das pessoas em situações de grande emergência é significativamente diferente do seu comportamento em situações normais.
Assim conte que, em média durante uma catástrofe, por cada 100 pessoas: 50 ficam apáticas e necessitam de ordens; 22 a 24 ficam paralisadas (não se movem e precisam ser ajudadas); 25 não entram em pânico e podem tomar decisões pelo que podem tomar iniciativas de liderança e ajudar os outros e, por fim, 1 a 3 ficam totalmente descontroladas (têm comportamentos irracionais e potencialmente perigosos para as próprias e para as que estão próximas).
Como parece lógico o comportamento a ter perante um evento sísmico depende da intensidade deste no local em causa.
Pelo mundo fora existem diferentes regras de comportamento a seguir durante o tremor e nos instantes a seguir. Essas diferenças são justificadas pelos diferentes tipos de construção, pela severidade esperada do evento, entre outros fatores. Contudo, como não parece ser fácil estabelecer comportamentos de referência universais, são aqui fornecidas informações que o podem ajudar a decidir, em cada situação, pela reação mais acertada.
Chame a si todas as forças para que possa reagir calmamente nestas situações. Não imite comportamentos de grupo, impensadamente. Pense por si. O seu comportamento pode ajudar a salvar a sua vida e a de outros.
... e há apenas pequenos objetos a cair proteja-se debaixo de algo forte, como uma mesa. É muito importante proteger a cabeça e pode fazê-lo enrolando os braços à volta da cabeça, ou melhor, usando uma almofada, uma manta dobrada, um livro largo, revistas ou até jornais. Nestes momentos não há muito tempo para decidir ou para procurar algo melhor pelo que a urgência consiste em proteger a cabeça de forma improvisada, mas eficaz. Mas atenção: se há móveis grandes a cair e há perigo real de desmoronamento do edifício, então é mais importante ficar ao lado de grandes objetos que não possam cair sobre si e enrole-se ao lado deles, não debaixo deles e sempre com a cabeça protegida, do modo referido. Porquê? Por um lado, porque quanto menor a área que ocupar menor a possibilidade de ser atingido e, por outro, porque quando os edifícios se desmoronam, normalmente as placas ou estrados comprimem todos os grandes objetos mas apenas até um certo limite, permitindo não raras vezes criar espaços livres mesmo ao seu lado. E isso garante, no mínimo, uma possibilidade de sobrevivência que pode e deve ser explorada.
Onde haja vidros é sempre perigoso estar. Estes partem-se com violência e com grande dispersão de detritos que são responsáveis por grandes danos pessoais. As portas também são perigosas pois o seu movimento durante o tremor podem causar grandes danos pessoais. Antigamente, nas casas de alvenaria, as portas estavam sob uma zona reforçada em relação ao resto da parede. A indicação de nos abrigarmos nesses locais está ligada a esse tipo de construção. Contudo, hoje em dia, não há reforço dessas zonas pelo que essa indicação não tem aplicação nas construções recentes.
Durante um sismo há imensos objetos a caírem, incluindo vidros partidos. Correr através desses detritos caídos ou em queda é a garantia de se vir a magoar. Se se encontra num local amplo com muitas pessoas (por exemplo, numa sala de espetáculos ou numa sala de aula), fugir para a saída ao mesmo tempo que muitos outros significa, muito provavelmente, atropelar ou ser atropelado. Se se puder mover um pouco prefira os cantos ao centro das divisões mas sempre perto e ao lado de objetos de maior dimensão que não possam cair sobre si. Estas indicações são para quando é difícil ir para áreas abertas. Mas se está no rés do chão de uma casa térrea e o perigo de caírem objetos como telhas é menor do que ficar em casa, então claro que deve sair. Esta decisão deve ser tomada sempre tendo em conta os prós e contras, o que pode ser difícil nessas alturas.
É um elemento frágil. Qualquer deformação na caixa do elevador poderá bloqueá-lo. Provavelmente também poderá faltar a eletricidade parando-o algures.
Não só porque muitos outros poderão estar a usá-la mas também porque são elementos frágeis, com movimentos diferentes dos do resto do edifício. As escadas podem estar mais danificadas que a generalidade do resto do edifício. Se um grupo de pessoas desce precipitadamente escadas parcialmente danificadas, o resultado pode ser muito desastroso.
... a sua reação deve depender do ambiente onde se encontra. Se estiver num campo aberto, deve aí permanecer. Se está perto de zonas com declive deve afastar-se para zonas mais planas pois há perigo de deslizamentos de terras e rochas. Afaste-se também de corpos de água. A água pode entrar num movimento de ressonância provocado pela passagem de ondas sísmicas de longo período que atravessam o local e assim extravasar os seus limites normais. Se está perto de estruturas construidas veja se é possível afastar-se de edifícios, torres antenas, postes elétricos, candeeiros de iluminação pública, cabos de eletricidade, etc. ou de estruturas que possam desabar, como muros ou taludes. Mas se houver muitos detritos em queda é mais correto abrigar-se, como descrito, junto a uma estrutura pouco compressível.
... pare no lugar mais seguro possível, de preferência numa área aberta, afastada de edifícios, muros, taludes, torres ou postes. Não pare nem vá para pontes, viadutos ou passagens subterrâneas. Se está num parque de estacionamento coberto ou similar com possibilidade real de haver desmoronamentos então é mais seguro ficar deitado enrolado junto ao automóvel. O carro não será totalmente comprimido e permitirá a existência de um espaço de proteção mesmo ao seu lado. Se permanecer na viatura e houver desmoronamento será muito difícil, se não impossível vir a sair dela.
... afaste-se do mar e dirija-se para uma zona alta; lembre-se que os grandes sismos com epicentro no mar podem provocar maremotos (tsunamis), por vezes de natureza catastrófica. Afaste-se de zonas facilmente inundáveis, de praias e de margens de rios. Os estuários são zonas particularmente perigosas. Não arrisque a sua vida ao tentar levar embarcações ancoradas para o mar alto. Regresse ao litoral apenas depois das autoridades o permitirem. O fenómeno pode durar várias horas. E para os mais destemidos lembramos que os tsunamis não são ondas surfáveis. Correntes muito fortes e complexas e uma grande quantidade de detritos são extremamente letais, mesmo que não sejam de grande altura.
... dirija-se imediatamente para o largo. Estas ondas são tão mais perigosas quanto menor for a a profundidade. Considera-se segura uma profundidade mínima maior que 150 metros, idealmente 400 metros. Pode haver mais que uma onda destrutiva e bastante separadas entre si no tempo (20 a 40 minutos, excecionalmente até mais) e com tamanho relativos muito variáveis. Regresse apenas depois das autoridades marítimas o permitirem.